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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Futuro Espelhado (parte 3)

CONTINUANDO
Quanto à Europa, invejo o nacionalismo deles – sentimento que em nós aparece apenas durante a Copa do Mundo (em mim também, e, às vezes, nem nessa ocasião). Embora o nacionalismo deles tenha virado um xenofobismo sem tamanho, fato muito triste, ainda sim deveria ser motivo de inspiração a todos.

Esse forte sentimento nacional trouxe diversos benefícios, tanto culturais quanto econômicos, e não só para a Europa. Nessa leva de bens veio a valorização da cultura e da tradição; as estradas italianas são tão antigas – bem mais – quanto o nosso país, e são muito bem estruturadas, seus aquedutos também; as universidades mais antigas da Europa são conservadas, muito bem regidas e constituem pontos de referência e de anseio até hoje (quem não gostaria de ter estudos feitos nas cidades de Oxford, Cambridge, Paris, Notredame, Madri, Salamanca, Sevilla, Hamburgo, e, até mesmo, Coimbra?).

Os centros culturais europeus são simplesmente fantásticos, e expressam vividamente a história passada no local, preservasse toda a memória do ocorrido de modo que a pessoa presente lá tenha sensações [quase que] reais. Além disso, trouxe-nos – para conservar sua glória, e expressá-la de fato – obras como "Lusíadas" (Camões), "Eneida" (Virgílio), "Odisseia" (Homero); músicas como as de Mozart e Beethoven. Juntando-se a isso, também, auges econômicos incríveis (às épocas), investimentos rentáveis, descobertas memoráveis – como a do nosso acidente histórico, Brasil – e o feito de espalhar sua cultura [e seu domínio] pelo mundo.

Quanto a centros culturais brasileiros, vejamos o melhor exemplo, São Paulo. Nós tivemos um excelente referencial cultural no século XX, que foi o centro antigo. Hoje, esse centro está aos poucos sendo revitalizado, mas quase foi perdido, não se valoriza aqui o histórico, temos a ideia de que o velho deve ser substituído pelo novo. Esse erro é fatal, perdemos nossa história por isso; as melhores preservações culturais no Brasil hoje são, sem dúvidas, as do Sul e do Nordeste, pois são as partes que, hoje, mais tem orgulho de suas origens.

Esse foco europeu não é questão de moda, ou de riqueza; se não fosse a Europa o que seria da cultura brasileira? Vejam: o século XIX, no Brasil, foi uma mistura exacerbada de Dinheiro Inglês associado à Cultura Francesa, sem contar a imensa influência de grandes escritores portugueses [tanto quanto de outros países], como Eça; movimentos europeus tornaram capazes nossos movimentos nacionalistas, seja com ufanismo indígena de José de Alencar, ou com a Semana de 22.

Não só devemos nos espelhar no velho continente, como aprender com seus detalhes e revê-lo em nossa história. Aprendamos a valorizar-nos, nem que para isso tenhamos que valorizar outros – os quais merecem esse apreço, por mais erros que tenham cometido (Hitler + Stálin), pois erros todos cometemos.

[bom, não foi a parte final... FECHO amanhã, de certo]

In Dubio Pro Bar

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