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terça-feira, 13 de julho de 2010

Doença Mental e Dom Casmurro

“(Rede Municipal) 10% dos professores sofrem de doença mental Estudo revela que há 4,9 mil professores afastados da sala de aula para tratamento de transtornos psiquiátricos”

Vou ser franco e dizer que quando li esta chamada hoje (segunda-feira, 12) no Jornal da Tarde [sim, eu leio e meu pai assina esse jornal] pensei “Mas não é possível, de novo!? Outra falha no Sistema de ensino”.

Sim, eu fui tão idiota a ponto de pensar que uma mínima debilidade mental em vários professores não tinha sido notada, ou não teria sido posta em relevância. Fato é que débil sou eu.

Posta minha ignorância de lado…

Ocorre que 4,9mil pessoas estão sendo levadas à loucura pelo emprego que tem, ou pressão porquanto ao emprego, ou pelo público com o qual trabalha. Fala sério! Isso poderia acontecer em qualquer lugar do planeta, mas no Brasil – ainda mais em São Paulo – tem um gostinho melhor.

Não é possível entender como um educador consegue ter problemas, mentira; é fácil pensar nisto. Atualmente, não se dá mais valor; ou melhor, os valores foram completamente invertidos. Um professor não pode dar nota baixa [foi proposital o emprego do verbo dar, pois nota baixa não se conquista se ganhar, pelo mais antigo vagabundo que disse isto] na rede particular que os pais já estão lá reclamando. Um professor não pode dar nota baixa na rede pública porque se não é ameaçado.

Dá medo algo assim, não poder mais educar. Não reclamem, pois, do governo quando virem que a educação tupiniquim não é boa, não avança, ou qualquer algo semelhante. Reclamem, sim, em casa.

+++

Dom Casmurro

“Maior romance da literatura brasileira”, frase do filme “Dom”, baseado na obra de Machado de Assis. Eu diria que é o maior romance mundial; mas, por Shakespeare, digo maior romance de língua portuguesa.

De qualquer forma, o problema central é à frente, é o ciúme.

Há diversas razões para o ciúme ser infundado. O autor escreve a obra para relembrar tudo, se tem que relembrar ele não tem certeza se houve ou não; se nem ele mesmo (Bento Santiago) tem certeza, ora! Ele destaca apenas alguns aspectos da personalidade de Capitu quando criança, que levariam o leitor a entender como possível agente de traição.

O amor inexplicável do filho por Bentinho deixa claro que não houve traição, e que seu amigo não era seu comborço - o cara que pega a mulher do outro. Ele mesmo assume que José Dias se visse seu filho falaria que era a cara dele [Bento]; no entanto, ele ainda continua vendo o filho como imagem do outro.

Além disso, o autor do livro [Bento] é advogado formado, e conta a história unilateralmente, não dando chance de defesa à outra parte. Sendo assim, leva qualquer um – ou não – a crer no que ele quiser.

Fora isso tudo, há outros fatos, os quais eu deixo escondido para que leias, e para que o texto não fique muito longo.

Em comparação com o filme, as únicas coisas comuns são Maria Fernanda Cândido como Capitu – na história real, ela foi Capitu na série, e no filme foi Ana – e o nome do protagonista, que foi o único mantido no filme, Bentinho. Isso mostra que para a história se tornar história, para haver a possibilidade [falsa] de traição só necessita do Bento, homem fraco que veria em qualquer Capitu uma traição diferente.

In Dubio Pro Bar

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