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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Estado em cheque

Pode-se notar uma crise atualmente; o pior tipo de crise, uma crise de representatividade. O foco deste portal no momento será o nosso glorioso país, por alguns motivos:
- É o país em que vivo, tenho mais conhecimento para poder criticar para bem ou mal;
- É onde eu sinto a maior crise neste quesito;
- Teremos eleições para presidente em breve;
- Tivemos uma década conturbada na política;
- Tivemos duas décadas de inoperância do povo frente ao governo.

Estes foram, apenas, alguns motivos que trouxeram o site a tratar do assunto.
Vamos tratar de baixo pra cima, esquecendo dos dois primeiros pontos; que são clichês imensos, inúteis, mas inevitáveis.

Desde o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo – que, por amnésia da população, é agora parlamentar, ou seja, poder legislativo -, não se tem uma presença forte da política por parte do povo. Criou-se uma nação apática politicamente, desinteressada; e a mudança foi – infelizmente – repentina. Ocorreu ato semelhante no começo do último século, quando foram dados direitos humanos mínimos aos trabalhadores; direitos entendidos como regalias, e, com elas, deixou-se de reclamar e exigir do governo, esperando que fosse feito algo por parte deste.

A falta de participação atual é pior que a do século passado, pois esta teve um motivo, aquela é puro comodismo. E, então, chegamos ao segundo ponto. A década começou com crises de energia, os famigerados apagões durante o governo do tucano FHC; o que ajudou, em parte, o presidente atual a chegar ao poder. Porém, foi feito nos anos anteriores um bom planejamento, o qual foi sabiamente – forçando a palavra ‘sábio’ – mantido pelo atual presidente, proporcionando crescimento econômico com reflexo deste para a população.

Não vou, aqui, entrar no mérito da distribuição deste crescimento, isto já foi feito no blog outras vezes, e tornará a ser feito no futuro.

Com a situação financeira um pouco [bem pouco] melhor, o brasileiro acomodou-se, e hoje não só deixa de cobrar os políticos, mas deixa de cobrar a política. Não se dá devida importância aos assuntos eleitorais, ou representativos, fatos que deixam brechas para se fazer palhaçada – literalmente – no horário eleitoral. E o pior é que seria conseguida eleição do palhaço. [já entrando no terceiro, e último, ponto] Com essa prévia eleitoral – que me perdoe o rádio por usar essa expressão –, nota-se que o brasileiro não dá importância alguma para quem está ou não no poder ou o que é feito dele, contanto que o seu dinheiro esteja no bolso.

Mal sabendo que é gigantescamente enganado, o povo preocupa-se apenas em levar sua vida; o individualismo é tão grande que o povo não nota que está perdendo tudo por todos os lados. Não se deveria deixar uma CPI passar em branco, falcatruas serem feitas sem que haja efeito punitivo; não poderiam eleger o Caçador de Marajás [“Eu caçador de mim] Fernando Collor de Melo como senador, esquecendo o passado dele. E o passado é recente, mas este é, apenas, um dos milhares de exemplos atuais de passados esquecidos.

O voto, hoje, é universal e obrigatório, e as duas coisas são erros fatais a “Ordem e Progresso” que é estampada na bandeira. Tentaremos ser sucintos ao explicar as duas características. A segunda [obrigatoriedade] é uma ferida na democracia e na livre-escolha do cidadão brasileiro, e é fonte de possibilidade para manobra da massa; pois, manipula-se a imprensa para levar todos a crerem em algo, e todos serão obrigados a votar, logo, as eleições já são ganhas. A primeira característica [universalidade] é contraditória com a interpretação de uma norma importantíssima do Código Civil, na verdade da Lei de Introdução a este; é dito que não se pode negar conhecimento a uma lei, mas na aplicação desta norma é lembrado da extensão do país e do isolamento de alguns cidadãos.

Ora, se estes cidadãos isolados podem desconhecer a lei, o que é uma exceção necessária, por que podem votar? O que queremos mostrar é que se não há conhecimento de seus direitos e deveres, não há conhecimento das necessidades primárias e nem das atuais do país.

Sendo assim, não se deve deixar alguém que não tem noção sequer do que está fazendo – o que não ocorre somente em áreas isoladas, ou com população menos fornecida de conhecimento e educação – escolher o futuro do país, votando em cargos que desconhece e em pessoas não preparadas.

O Estado está em crise e não se sabe se há volta dela, uma possível volta é fazer um Estado, hoje fraco, voltar a ser forte. Para o Estado voltar a ser forte, há de fortalecer a representatividade, a qual foi tristemente corrompida pela democracia nos moldes atuais.

In Dubio Pro Bar

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