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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Político

(peço desculpas pelo empréstimo, ou adaptação, forçado de Aristóteles)

Este ser tão odiado atualmente, simplesmente por exercer sua função, ou estar no cargo em que foi eleito para estar. Claro que o real ódio não é simplesmente por isso, mas pelo mau funcionamento dos órgãos, pelas falhas e pela falta de melhoria e progresso.

Decerto que um político não será odiado e pode exercer seu papel com normalidade em um país como a Suíça; lá, não há necessidade de qualidades extras para ser um bom político, basta trabalhar. Este é o tipo de político da nova presidente. Dilma não tem diversas características ou qualidades que são necessárias a um presidente brasileiro.

Ela trabalhará, exercerá sua função, fará discursos, representará o Governo dentro do país e a nação fora dele. Será seca, séria, como se deve ser, será profissional, fria, longe do lado pessoal de quem fala. Mas não será o suficiente, o povo pedirá mais, mais atenção, olhos de mãe, praticamente, quererá carinho, um abraço, só não um beijo porque ninguém merece um dela.

Ela não será atriz, o que não é um erro sendo político. Mas nós estamos falando do Brasil, e não é de hoje que esse povo precisa de mais, precisa de um pai à la Perón, à la Vargas. Não é, apenas, porque o antecessor é o Lula, é porque, também, é o tipo de político e, principalmente, presidente que esse povo precisa.

Esse tipo é, certamente, o que Lula sabe ser, não se sabe se por atuar, politicar, ou porque o é assim de fato. “Lula, o filho do Brasil”. Não é qualquer político que consegue criar uma imagem próxima, ou tão próxima, com seu povo, como ele fez. Todo mundo sabe que ele é o carisma em pessoa, e precisa ser para governar um país rico, com um povo pobre ou quebrado, e fazer todo mundo (ou 80% da população) acreditar que está bom, pelo menos bom.

Lula tem um carisma tão impressionante que, após ser chamado de ‘o cara’ pelo presidente norte americano – Barack Obama -, ele não foi recepcionado com armas direcionadas e munição penetrando seu corpo no Irã. É esse tipo, mágico, ator ou meramente populista que o povo brasileiro precisa, para se acalmar e aceitar qualquer situação de baixo crescimento e aparente distribuição de renda – que fez pessoas saírem da miséria, deixaram de ser miseráveis para virarem pobres, e outras saírem da pobreza e entrarem na classe média muito baixa, deixando de comer mal para mal comer.

Não me entendam mal, não digo que o Brasil precisa de um ilusionista, muito pelo contrário. Um político como esse manterá a situação como está, como uma promessa de melhora, “País do futuro”. O que é preciso é de alguém que melhore o país como um todo; se é necessária forte participação popular, manifestações e impeachments para essa mudança, que haja. Talvez a troca de um presidente com ‘a cara do povo’, um presidente irmão, um lulista, para uma presidente ‘político’ ocasione esse fato; talvez agora seja o momento da mudança, da mudança de pensamento de um povo.

Francamente, se a Argentina conseguiu isso, nós conseguimos e ainda viramos a Suíça.

In Dubio Pro Bar

7 comentários:

  1. O que o Brasil precisa é mais que um presidente (ou uma presidente) populista, porque isso não traz necessariamente as qualidades de um bom presidente, mas sim qualidades de um político, está atrelado ao apoio popular, sendo até ai Evo Morales, Fidel Castro e Hugo Chavés populistas.

    O que o Brasil precisa, sem julgar a presidente eleita, é de alguem com atitude ou até mesmo coragem para fazer as reformas necessárias que o Brasil precisa, como no caso no passado das reformas que GV fez, como os sindicatos, ou até mesmo na atualidade com o Aécio, como governador de minas com o estabelecimento de metas para os servidores públicos; ou reformas como a da "Ficha Limpa" que infelizmente teve que advir de iniciativa popular e não dos próprios políticos.

    Porque o Brasil precisa de mudança, mudança de pensamento, mudança de politicos que não aumentem 62% (se não me engano) seu salário, mas que aumentem a verba para a educação.

    Populismo traz apoio sim, que é algo importante, mas não atitude.

    - Sem mais
    ;)

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  2. Grato, anônimo, comentário muito perspicaz.
    Porém, algo foi desapercebido, não defendo o populismo, disse apenas que é algo que o povo (nação) precisa, como um bebê precisa da mãe, não algo que o país (Estado) precisa.

    E contraponho um pensamento - excelente, diga-se de passagem - de sua autoria; não necessitamos, apenas, de um presidente que leve o país como GV, ou Aécio (cheira) Neves em Minas, pois não precisamos esperar nada do chefe de governo e estado. Precisamos nos posicionar, se o povo souber pensar, qualquer presidente escolhido fará um bom trabalho, pois será cobrado.

    Ideias como a que expus agora são encontradas em textos mais antigos, mas não menos atuais.

    Sem mais,
    @leojribeiro

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  3. Veja, acho que ficou meio vago oque eu quiz dizer. O povo "pede", vota em populistas não é por mero acaso, é simplesmente porque há uma grande identidade com o governante, essa identidade gera a expectativa (ou ilusão em alguns casos) que "por o governante ser um de nós, ele sabe e fará melhorar nossa situação".

    A mudança de pensamento meu caro, digo, mudança de pensamento político (de modo geral, falando em um plano de um povo e não individualmente), virá necessariamente com uma boa educação, não precisa ser uma até nível superior, mas ao menos uma boa educação de base e técnico.

    Por isso eu vou discordar de você. Sim, isso seria o ideal, nós sabermos nos posicionar, o povo saber escolher e exigir, porém, pense nesse contexto: uma pessoa que está passando fome, vai se preocupar com políticas como Reforma Tributária, de educação ou politicas assistencialistas como o Bolsa Familia? (sem julgar o governo de ninguem) E digo pra vc, não precisamos ir muito longe, aqui em São Paulo tem cerca de 12 mil moradores de rua (se não me falha a memória) sem ter o que comer direito, sem ter onde morar.

    Veja, eu não julgo essas pessoas (pq elas tem q comer) e nem essas políticas (que visa amenizar o problema a curto prazo, um "tapa", na fome e na miséria), a idéia é que se criou uma certa dependencia com essas políticas. Como nosso ilustre presidente disse uma vez: Tem que não só dar o peixe, mas ensinar a pescar.

    Observe meu caro, eu não sou contra populistas, até porque como eu disse, isso dá apoio popular, sendo mais facil de governar e nota-se GV era populista. O que eu sou contra pessoas que se aproveitam da situação miséravel do pais, que usam de politicas assistencialistas para angariar votos, se aproveitando da situação que, citando o que você disse: "País rico, com um povo pobre ou quebrado". E completo: "País rico, com um povo pobre ou quebrado, e com cheio de filha da puta"

    O que precisamos é de politicos bons, populistas ou não, que coloquem a população em uma situação que os possibilitem a ter um pensamente politico. Assim, a longo prazo, esses políticos "gerariam" mais politicos bons.
    Se é que vc me entende.

    -Sem mais

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  4. E alias, desculpe perguntar, eu não estou acompanhando, me esclarece o que na sua visão esta ocorrendo na Argentina?

    OBS:E quem mais usa : SEM MAIS!?!?!?! PQP vc me copiam e fodem com meu logotipo!!! seus fdp ahuhauhauhua

    -Sem Mais

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  5. Meu caro rafilsk, digo, anônimo, seu logo foi copiado porque é MUITO bom mesmo.

    Esclarecendo meu parecer sobre a Argentina, o governo deles é mais fraco, a economia mais fraca, o país mais pobre, mas pelo menos o povo sabe o que fazer, sabe cobrar do governo.

    Imagina se soubessemos fazer isso! Já somos maiores sendo mente-pequenas. Não sou contra populistas, nem a favor, mas, no Brasil, identificação com o povo, aceitação é sinônimo de enganação.

    Claro, para mudarmos de vez os pensamento do povo teremos de pensar nas mudanças de longo prazo, as famigeradas reformas (educacional, agrária e, não menos importante, tributária).

    Porém, para conseguirmos essas mudanças precisamos que o governo aja, ou seja, é um ciclo vicioso.

    Contudo, essa primeira mudança pode vir com a mudança de presidência, sem o carisma não se conseguirão 80%, e quem sabe esse povo não sai pras ruas...

    INPL

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  6. Sinceramente:
    1- O povo naum sairá pras ruas logo depois de uma eleição, até porque se não, não votariam nesse candidato, no contexto do Brasil digo.
    2- Mesmo sem essa hipótese, dúvido que o povo atualmente, faria algo dessa magnetude, não há mais, ou pelo menos, não vejo mais lideranças populares, como no caso dos estudantes (q eu esqueci o nome da organização) na ditadura, no meu ponto de vista, se houvesse uma ditadura nesse momento, o povo seria mtu mais sucetivel a se manter estático, por ser ou por estar acomodado. Sendo ou não intelectuais.

    Mas ai chegamos em um consenço, o governo precisa de alguem com atitude para mudar. Alguem q fale: Isso tá errado, vamo revira essa merda toda e transforma essa bosta em uma potencia. Pq temos capacidade sim, temos mão de obra sim. Vide coreia do sul, começaram a investir na educação e aonde estão agora? Em um dos melhores patamares da economia global. E isso sendo um pais de "bosta", digo, em proporções de riquezas naturais, de estar ao lado de um país politicamente instavel e etc.

    Agora, imagine isso no Brasil, te prometo que os políticos poderiam aumentar 100% o salario deles, pq o povo seria inumeras vezes mais rico. Tem potencia pra estar entre os G10 brincando, só querer.

    -Sem mais

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  7. Seria mais que loucura acreditar que essa mudança, ainda mais radical, seria feita logo, não acontecerá nos primeiros anos de governo, mas talvez ocorra.

    Excelente exemplo o da Coreia, há um texto no blog (Futuro Espelhado, na verdade é uma sequencia de textos, da pra achar pela tag) que cito a Coreia e outros países que de determinado ponto de vista podem ser tomados como exemplo.

    Todo governo sabe que há duas coisas que devem ser investidas em, que é saúde e educação. O governo brasileiro resolveu atender a nenhuma delas, não há saúde e não há educação básica; e a educação superior ainda depende mais do aluno que da faculdade.

    IDPL

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